Quão incrível é viver momentos verdadeiramente únicos nas nossas vidas. E como é extraordinário podermos eternizar esses momentos, para mais tarde recordar. É isso que nos permite a fotografia, um mundo mágico em que podemos recordar e reviver o passado, mais ou menos longínquo.
Creio que há alguns anos, não imaginávamos a forma como a fotografia faria parte do nosso dia-a-dia. Não é preciso recuar muito no tempo. Há cerca de 25 anos, a máquina fotográfica era um aparelho usado pela maior parte da pessoas, apenas em ocasiões mais importantes, ou em situações que justificassem o uso de uma parte do limitado rolo fotográfico, que teria de ser revelado no fim. Teria de ser adquirido um novo rolo, por norma nada barato. Não existiam as 300 tentativas de conseguir a foto perfeita, na pose mais indicada, com a paisagem mais inspiradora. Era 1, apenas 1 tentativa, até porque o rolo não tinha muito espaço.
Era impensável chegarmos ao ponto em que estamos hoje. Os desenvolvimentos no mundo digital permitiram fazer da fotografia um hábito do dia-a-dia. O progresso das ferramentas disponíveis nos telemóveis permite que tenhamos esta possibilidade sempre à mão de semear. Cada novo desenvolvimento das crianças é imediatamente captado. Não existem limites à nossa vontade. Cada momento, mais ou menos importante, é registado, quantas vezes quisermos. Creio que, por vezes, esta liberdade que a evolução tecnológica nos deu, é usada com demasiado exagero. Por vezes deixamos de viver verdadeiramente certos momentos, com a ânsia que temos de o registar para que possamos mais tarde recordar. Como tudo, devemos ter cuidado com os exageros.
No meu caso particular, adoro fotografia, e gostava de ter a criatividade que algumas pessoas têm para conseguir fazer desta ferramenta uma verdadeira arte. Confesso que por vezes até devia fotografar mais, e não o faço precisamente para não deixar de viver os momentos por inteiro. Comigo, o exagero é ao contrário. Mas gosto realmente de fotografia, e há momentos que não são os mesmos sem as fotografias da praxe. É com elas que recordo os momentos mais felizes que já passei, e que relembro com saudade as faces já passadas de quando os afilhados eram mais pequenos. Como sou saudosista, confesso que não o faço muitas vezes, pois é aí que tenho consciência que o tempo realmente passou, e eles já cresceram.
Continuemos a usar a fotografia, sem exageros, com todas as ferramentas que temos à nossa disposição. Sem dúvida, é uma das maiores evoluções da nossa vida!
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