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Graciete Sousa, a mudança de uma mulher com Fibromialgia

Foi numa manhã cinzenta de Junho que nos encontrámos com a Graciete. Ao ar livre, num banco de jardim, tivemos uma das conversas mais inspiradoras das nossas vidas. Sem dúvida mostrou-nos que a mudança é possível, que a vida é feita de escolhas, e que algumas são sem dúvida para melhor, e que dependem exclusivamente da nossa força de vontade!



Conheço a Graciete há alguns anos, e a determinada altura foi notória a transformação que tinha sido feita à sua vida. Para além disso, as redes sociais de que dispomos hoje em dia, também me deram a possibilidade de perceber que tinha adquirido novos hábitos, e que aparentemente estes a faziam mais feliz. Foi por este motivo, que a convidámos a participar no nosso blog, dando o seu testemunho e motivando outras pessoas a procurar o melhor de si mesmas.


Tendo aceite o convite, a Graciete começa por explicar que toda esta mudança aconteceu como resultado do diagnóstico de uma doença crónica que assola muitas pessoas, na sua maioria mulheres: Fibromialgia. Depois de muitas dores, algumas incapacitantes, muito sofrimento e muitos exames que não detetaram nenhuma das doenças que suspeitaram, o diagnóstico chegou. Tratamento? Um sem fim de medicamentos, que apenas lhe iam atenuar a dor. Há 2 anos, tomava 23 comprimidos por dia. Não se conformou porque, como se descreve, "sou muito teimosa". Procurou outras opções junto dos médicos que a acompanhavam, mas foi-lhe dito que não existia outra forma de lidar com o problema. Teria de se resignar! Não o fez.


Decidiu procurar a página de Facebook da Sociedade de Fibromiálgicos, e foi aqui que encontrou outro caminho. Percebeu que, sendo a Fibromialgia uma doença psicossomática, ou seja, fortemente influenciada pelo stress e por problemas do foro psicológico, teria de tentar perceber de que forma esta doença apareceu na sua vida. Procurou uma psicóloga, e com ela fez um caminho de descoberta e de autoconhecimento que a fez compreender o porquê desta nova realidade. Tendo sido uma refugiada de guerra na infância, teve um emprego de décadas muito stressante, e sempre se concentrou em cuidar dos outros, em detrimento de si mesma. Tudo isto contribuiu.


Para além da ajuda psicológica, Graciete tentou adaptar a sua vida a esta nova etapa. Mudou a sua alimentação. Começou por evitar o açúcar, hidratos de carbono, laticínios e carne (não deixou por completo, mas só ingere estes alimentos de vez em quando). Passou a ter muita atenção a situações potencialmente stressantes, tentando evitá-las, e diminuindo as espectativas que possa ter em certas coisas. Passou a fazer Ioga, meditação e caminhadas. Mesmo quando não apetece, Graciete "obriga-se" a ir, pois o resultado é ter mais dores. Focou-se mais em si, pois como diz "o meu corpo é o meu templo".


O resultado: atualmente não toma medicação regular (sim, os 23 comprimidos já não fazem parte do dia a dia), emagreceu os quilos que lhe estavam a fazer mal, dorme melhor, e o seu humor melhorou, estando mais calma na maior parte do tempo. Ocupa o seu tempo a fazer coisas extraordinárias, como os Caminhos de Santiago que fez e adorou, e dedica-se também à solidariedade. Faz parte da AMPM - Associação de Mulheres com Patologia Mamária, e do Projeto Gratitude. Como a própria diz, é utilizar um pouco de tempo livre para ajudar quem mais precisa.


Graciete decidiu "mudar de vida e encontrar formas de atenuar a dor". Foi a sua força de vontade que lhe deu coragem para procurar alternativas à trajetória que a medicina lhe traçou. Não quebrou perante as dificuldades, e seguiu a sua curiosidade natural em busca de uma vida com mais bem-estar. A sua determinação foi fundamental, e a sua crença em si mesma, também. Provou que viver alternativo compensa, e faz com que a vida seja mais leve e mais saudável. Esta foi sem dúvida das conversas mais incríveis que tivemos. Seremos sempre gratas a esta grande mulher pela generosidade em partilhar este precioso e inspirador testemunho. Obrigada!

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