
Até há 2 anos atrás o mês de Fevereiro representava outro Natal. A minha família é pequena, bem como o núcleo duro de amigos, mas mais de metade fazem aniversário no mês mais curto do ano.
Eram 12 aniversários, pelo que devem calcular era festa e mais festa, e toda uma alegria pegada.
Fui, aliás, sou uma afortunada em diversos campos, e cresci com os meus avós, numa relação muito próxima e estreita, e até aos 33 anos nunca soube o que era a dor de uma perda.
Quis o destino, porque acredito muito nele, que numa altura em que a saúde mental também ela estava debilitada, que com um intervalo de um mês, partisse a minha avozinha paterna, e depois o meu avozinho materno.
Reagi mal, muito mal, gritei, chorei, neguei a coisa, não compreendia a realidade, eu cresci e fui habituada a vê-los adoecer, no entanto, passado uma semana estavam frescos e fofos. Como assim não os vejo mais?
Foram e são muitas sessões de psicoterapia, mas acima de tudo, uma aceitação do ciclo natural da vida. Que eles não estão presentes, mas estão vivos em mim.
Que é uma dor que o tempo não cura, mas ajuda a esbater, mas que acima de tudo é assim, nascemos, vivemos e morremos. E que o mais importante de tudo é conseguirmos seguir estas fases, e sempre aproveitando o agora.
Estando plenamente a viver a vida! O Presente!!
Os meus avós que estão no céu, olham para mim, que eu sei e sinto. As minhas borboletas brancas no jardim.
Estão sempre no meu coração. Obrigada por me terem ensinado tanto, cada um à sua maneira!
Da neta mais velha
Carlita
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