Solidariedade! Palavra tão simples e tão cheia de tudo. É na arte de ser solidário, de dar e se doar aos que menos têm, que os seres mais generosos se encontram e fazem magia. E essa magia faz-se notar da forma mais incrível: no bem estar de todos quantos são ajudados.
No Viver Alternativo, fomos tocados pela magia do Projeto Gratitude, criado por pessoas verdadeiramente bondosas, focado nos outros. Entrevistámos a fundadora do projeto, Ana Cláudia Afonso, que amavelmente nos descreveu aquilo que criou num dos momentos mais incertos dos últimos anos.
Aproveitamos a oportunidade para divulgar um evento criado, precisamente, pelo Projeto Gratitude, para celebrar o seu 1º aniversário, e na qual teremos todo o gosto em participar. Trata-se de um Walk-Thru, no dia 20 de Junho, que terá lugar no Parque da Cidade do Barreiro entre as 10:30h e as 16:30h. Apenas terá de reunir a família ou amigos (devido às regras sanitárias, é aconselhável que cada grupo reúna até 6 pessoas), e levar bens alimentares que queira doar ao projeto. Divirta-se, mexa-se, doe o que puder. Acredite, a sensação de contribuir para o bem-estar na vida de alguém é muito maior do que o que estamos a doar.
1. O que é o Projeto Gratitude?
R: O Projeto Gratitude é a reunião de vários amigos, conhecidos...que têm em comum a vontade de ajudar pessoas que estejam passando por momentos menos felizes na vida, a voltarem a acreditar que há esperança, e que todos juntos podemos transformar realidades.
2. Como começou o Projeto Gratitude?
R: O Projeto Gratitude surgiu na primeira vaga da pandemia. Eu descobri que aqui em nossa zona o dono de um restaurante (Petiskando) havia colocado um frigorífico solidário mesmo na rua, e era para que a comunidade deixasse lá refeições para as pessoas que não tinham nada para comer em casa. Coloquei 6 sopinhas no dia 26/06/2020, e a alegria que senti com aquela atitude, quis que outras pessoas também pudessem experienciar.
3. Como é o modo de trabalhar do Projeto, e em que frentes operam? R: Trabalhamos 100% com voluntariado. Todos são bem-vindos. Temos várias frentes de trabalho:
A) Sopas - Abastecemos diariamente o frigorífico solidário. A pessoa indica o dia que deseja fazer essa refeição e o projeto doa as caixinhas, e se for necessário também os ingredientes.
B) Cabazes - Todos os sábados fazemos cabazes para serem entregues as famílias que são assistidas pelo Projeto Gratitude e também para famílias emergenciais que são indicadas pelo Centro de Saúde ou pela Segurança Social. Semanalmente entregamos 3 tipos de cabazes para as famílias (frescos, secos e refeições doadas pelos restaurantes da região).
C) Recolha de Alimentos em restaurantes e pastelarias da região para serem entregues às famílias;
D) Gratitude Escola: apoio escolar as crianças do Projeto;
Essas são atividades fixas, mas temos também atividades pontuais, como a recolha de itens de higiene e cuidados para os bebés que, juntamente com a Associação Desportiva dos Fidalguinhos, conseguimos juntar um bom material, que será mandado para Moçambique. Outra atividade pontual que nos deixou muito felizes foi a recolha de livros na nossa comunidade. Esses livros seguiram para Cabo Verde, e hoje fazem a alegria de crianças, jovens e adultos.
4. Tem ideia de quantas pessoas/famílias já foram ajudadas por vocês? R: Há pouco tempo atrás, fizemos um cálculo e já havíamos entregado mais de 600 cabazes para famílias da nossa região, e também de outras localidades.
5. Neste momento, quantas famílias têm a vossa ajuda? R: Temos cadastradas atualmente 40 famílias. Contudo, quase diariamente nos chegam pedidos de apoio. E graças a Deus, com o auxílio e boa vontade da nossa comunidade, nunca deixamos de atender nenhum pedido.
6. Se alguém precisa de ajuda, como pode recorrer a vós, e de que modo vocês se certificam que esse pedido de apoio é real? R: As famílias, para pertencerem ao Projeto, devem apresentar documentação que comprove a sua situação (rendimentos, contas...). Temos uma voluntária no Projeto que cuida da averiguação desses dados apresentados.
7. Quem queira ajudar o projeto, de que formas o pode fazer? R: As pessoas que queiram participar de alguma forma no Projeto, podem entrar em contato connosco através de nossas páginas no Facebook e Instagram, e também pelo nosso e-mail: projetogratitude2020@hotmail.com.
8. Quais os bens que aceitam? E dos quais mais necessitam? R: Os Alimentos que compõem os nossos cabazes são: arroz, massa, grão, feijão, atum, salsichas, bolachas, leite, ovos, azeite, óleo, frutas e legumes. Também nos nossos cabazes mandamos para as famílias itens de higiene e limpeza, como sabonete, champô, pasta de dentes, pensos, máscaras e gel de banho.
9. Como planeiam o futuro do Projeto Gratitude, e como o veem? R: Gostaríamos muito que a ideia do Projeto Gratitude se expandisse. Que as pessoas pudessem perceber que todas elas possuem algo de bom para doar. Um exemplo: você sabe fazer bolos de aniversário. Há muitas crianças que nunca tiveram a alegria de ter um bolinho nos seus anos. Porque não doar? Outro exemplo: profissionais liberais (médicos, advogados, dentistas, professores...), doarem um pouco dos seus conhecimentos para ajudar aqueles que não possuem condições para pagar. Já começamos a ter esse retorno de alguns desses profissionais, e tem sido fantástico tanto para quem doa, como para quem recebe.
10. Quem se queira tornar voluntário ou cooperar, como o pode fazer?
R: Todas as pessoas são bem-vindas no Projeto. Entrem em contacto connosco pelas nossas páginas no Facebook, Instagram, ou pelo e-mail projetogratitude2020@hotmail.com.
11. Por último, o Projeto Gratitude é feito de pessoas para pessoas. Como descreve todos os voluntários do projeto? R: Agradeço essa pergunta, porque através dela poderei homenagear os voluntários do projeto. Temos voluntários dos 9 anos até aos 80 anos. É uma alegria imensa vê-los felizes em poderem participar de alguma maneira, e com isso ajudarem os nossos irmãos mais necessitados. Ainda há muitas pessoas boas no nosso mundo, e os voluntários do Projeto Gratitude são verdadeiros exemplos disso.
Agradecemos mais uma vez a amabilidade de vermos as nossas perguntas respondidas, até porque acreditamos que as nossas dúvidas são as de tantas outras pessoas que, quem sabe, querem fazer da solidariedade parte das suas vidas. Nunca sabemos se amanhã não somos nós a precisar de ajuda. Estendamos hoje, então, a nossa mão!
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