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  • Foto do escritorJoana

Igualdade Feminina: uma utopia

Igualdade feminina! Um desejo, uma utopia, um destino que cada vez parece mais inalcançável. Poucos temas me dizem tanto como este. Sou mulher, criada entre mulheres, e cheguei a sentir na pele o descrédito da sociedade em relação a uma casa onde não existe um homem para "manter a ordem". Mal sabiam que, mesmo existindo um homem, continuaria a ser uma mulher a estabelecer os hábitos. Lá por casa sempre foi assim, e dificilmente seria de outra forma. Não por a mulher ser mais que o homem, mas porque são IGUAIS, e igualmente capazes de gerir o dia-a-dia. Sente-se a falta da pessoa quando não está, não se sente a falta do género, ou da maior autoridade que pudesse ter, porque não tinha, e porque sempre me foi transmitido que uma mulher tem tanta capacidade quanto um homem.



Não precisamos de ser especialmente inteligentes nem perspicazes para perceber que nem sempre é assim. E é exatamente nas nossas origens que começa a nossa postura em relação a este tema. É na educação e na forma como se vê os adultos agir, que vamos criar a nossa maneira de agir no futuro. E é aqui que está o grande problema. Ainda vivemos numa cultura profundamente penalizadora para as mulheres, seja no emprego, nos estudos, no casamento, na maternidade, ou simplesmente no papel que desempenham na sociedade. Mesmo em países desenvolvidos, como o nosso, ainda é percetível a desigualdade que existe, e não nos iludamos, pois esta realidade, apesar de melhor, está longe de mudar por completo.


Com os recentes acontecimentos no Afeganistão, ficaram ainda mais a descoberto as fragilidades que o género feminino enfrenta em culturas profundamente arcaicas, desrespeitosas e assassinas dos direitos das mulheres. Sociedades em que o nosso género é tratado como objeto, com o simples propósito de servir os interesses do homem. Não temos palavra, desejos ou simples presença, pois até esta tem que ser boicotada da forma mais horrível possível. É muito diferente falarmos de tradição, cultura e hábitos antigos, do que falarmos de formas de vestir impostas por grupos radicais que querem simplesmente aniquilar toda e qualquer questão que possa dignificar a presença da mulher na sociedade. A mulher deve vestir-se como quer, de burca, minissaia ou decote, mas nunca com algo imposto pelo homem. Ou pelo menos devia ser assim. Penso que só aos mais insensíveis pode não revoltar os últimos acontecimentos. Porque aquelas mulheres podíamos ser nós, e aquelas meninas, podiam ser as nossas filhas, netas, sobrinhas, afilhadas.


Desde que começámos a dar uso à nossa voz e a lutar pela nossa dignidade e igualdade, parece que temos de constantemente provar perante a sociedade o nosso direito a querermos ser elementos ativos, mas sem sermos julgadas ou criticadas pelas nossas escolhas. Cada vez existem mais grupos que se unem com o propósito de mudar mentalidades. São muitas vezes desconsiderados, e as mulheres pertencentes aos mesmos, apelidadas de "FEMINISTAS". Como se hoje em dia fosse um pecado ser feminista.


SOU FEMINISTA, serei enquanto existir. Porque gosto de ser mulher, mas gosto ainda mais de ser pessoa, de ser igual, de ser tão digna quanto um homem. E enquanto isso não acontecer no meu país ou em qualquer outro lado do mundo, continuarei a considerar-me feminista. A igualdade feminina ainda não foi alcançada. Depende de todos nós mudar isso. Cada contributo é importante! A mudança começa nos mais pequenos. Eduquem os vossos filhos para respeitarem os direitos das mulher. Se o exemplo partir de um homem, melhor. Façamos com que o objetivo de todos seja um futuro igual e justo.

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